Salta e Jujuy – Pelos Caminhos do Incrível Norte Argentino

Certo dia meti na cabeça que iria para o Norte Argentino (tecnicamente trata-se do noroeste, mas normalmente é chamado apenas de “norte”) nas próximas férias que tivesse, e uma vez que decido um destino, é difícil eu tirá-lo da cabeça. Assim, passei a pesquisar a região, começando pela cidade que eu havia ouvido falar mais: Salta.

Mas, no fim, vi que fazer um roteiro pelo norte é bem difícil, já que são muitas as opções, espalhadas por várias cidades. Fiz muita pesquisa até chegar no meu roteiro final e, vou te falar: gostei muito! Deu tudo muito certo. Não ficou tão cansativo e otimizou bastante o tempo, permitindo conhecer muita coisa.

Por isso compartilho aqui este roteiro. Recomendo demais a região, como uma viagem segura, barata (tirando a passagem aérea) e diferente dos roteiros mais conhecidos do brasileiro.

Como chegar ao Norte Argentino?

O que vou chamar apenas de “Norte Argentino” refere-se a duas províncias: Salta e Jujuy. As capitais de ambas – Salta e San Salvador de Jujuy – têm aeroportos. Porém Salta é uma cidade maior e com mais opções, incluindo voos diretos eventuais de São Paulo. Ainda assim, você provavelmente vai preferir fazer uma conexão em Buenos Aires, o que tende a sair mais em conta. Eu fiz assim: ida e volta do aeroporto de Salta, e transporte terrestre na região. Se houver opção economicamente viável, o ideal seria chegar por Salta e voltar por San Salvador de Jujuy.

Transporte entre cidades

Além da óbvia possibilidade de alugar um carro, há ônibus ligando todas as principais cidades com atrações. E há uma opção mais rápida e que custa quase a mesma coisa: Remises coletivos. Remis é como se fosse um táxi, e nessa região eles são sempre coletivos, levando geralmente 4 passageiros. Essa foi a minha opção. Não é a mais confortável se você tiver que ir atrás no carro com mais 2, mas é rápida e sai a toda hora.

De salta até San Salvador de Jujuy os Remises saem ao lado da Rodoviária. É só chegar a qualquer hora e falar que vai pra Jujuy. Eles vão te colocar no primeiro carro e você parte assim que completar 4 passageiros, o que geralmente é bem rápido. Da capital de Jujuy até Tilcara (que eu recomendo como cidade base na província de Jujuy) os Remisses saem numa rua também não muito longe da Rodoviária, mas essa foi um pouco mais difícil de achar, tive que perguntar.

Lembrando que há ônibus frequentes entre Salta e San Salvador de Jujuy e de lá para as outras cidades – há, inclusive, ônibus diretos entre Salta e cidades como Tilcara em 2 ou 3 horários diários.

Salta – O começo de tudo

Salta é a maior e mais conhecida cidade da região, e geralmente a porta de entrada para quem vem de avião. Muitos passeios saem de lá, mas a maioria não recomendo, porque é muito mais vantajoso fazer os mesmos passeios saindo de outra cidade. Se optar por contratá-los em Salta, ou sair dirigindo da cidade, você vai gastar boa parte do seu tempo na estrada, e vai ser muito cansativo. Além de mais caro.

Abaixo, o que eu recomendo fazer quando estiver hospedado em Salta.

Museu de arqueologia de Alta Montanha

Vale a pena para ver múmias incas totalmente preservadas e, de resto, é um ótimo passeio cultural. É necessário agendar um “turno” com antecedência, e você pode fazer isso antes da viagem ou no dia que chegar lá. Geralmente dá pra agendar para o dia seguinte.

Cerro San Bernardo.

É um morro de onde se tem uma vista incrível de toda a cidade, além de ser um local bem agradável. Tem um café com vista, apesar de estar em reformas quando eu fui. Você pode chegar lá por teleférico ou por uma mistura de trilha com escadaria. Tenha em mente que subir é bem puxado, e mesmo descer pode ser cansativo, mas é um caminho muito bonito. Fiz parte dele quando fiz uma trilha na região. Até o topo fui apenas de teleférico e é bem legal.

Tren A las Nubes

O Trem das Nuvens é um passeio em que você passa a maior parte do dia em um ônibus, ironicamente.  É bem cansativo, mas é incrível! Especialmente se você não tiver subido os Andes na região antes. São paisagens de fazer o queixo cair!

Você parte lá pelas 6h30 da manhã, da estação ferroviária de Salta, e segue de ônibus em direção a San Antonio de Los Cobres, com várias paradas para fotos, refeições, ou para simplesmente esticar as pernas e curtir os ares andinos.

Lá pelas 14 horas você chega a San Antonio de Los Cobres, onde você pode passear e almoçar, até chegar o horário de, finalmente, pegar o trem.

Existe também uma forma mais barata de fazer o passeio, que é ir por conta própria até San Antonio de Los Cobres e pagar apenas o referente ao trem em si. Mas, como disse, o caminho até lá, que não é tão curto, é por sua conta.

Há muito que se ver no percurso dentro do trem, especialmente se você estiver do lado esquerdo. O assento é designado, porém é feita uma troca de lugares na volta, então não se perde de ver nada, mas o guia só comenta na ida. No fim da viagem de “ida” e no começo da volta, você vai ter a oportunidade de tirar várias fotos sobre o Viaduto La Polvorilla, a 4220 metros acima do nível do mar, o que faz este ser um dos trens de maior altitude no mundo!

A partir daí, o trem retorna para San Antonio de Los Cobres, e de lá você volta para seu ônibus, que retorna rumo a Salta, encerrando o passeio às 22h30. Em tempo de curtir os barzinhos da capital da província de Salta! Se ainda tiver fôlego, é claro.

Detalhe: este é um passeio de altitude, então não exagere muito nos esforços lá em cima, e também não esqueça de levar bons agasalhos.

Cafayate e Quebrada de Las Flechas

Se você quiser contratar um passeio em Salta além do Trem das Nuvens, recomendo que seja algum indo para o Sul. Cafayate é uma boa opção, inclusive para se hospedar lá por um tempo, e a Quebrada de Las Flechas parece incrível. Mas infelizmente não conheci nenhum dos dois. Vai ficar para uma próxima viagem.

Jujuy – Salinas e Quebrada de Humahuaca

Uma vez satisfeito com o que Salta tem a oferecer, é hora de partir rumo ao norte, para a província de Jujuy. Mais especificamente para a região chamada Quebrada de Humahuaca, composta de várias cidades e inúmeras atrações, uma mais bonita do que a outra.

Então, minha dica seria se hospedar na cidade de Tilcara. Ela fica relativamente perto de tudo, ficando no meio da Quebrada de Humahuaca, sendo muito fácil ir tanto para o norte quanto para o sul, seja de ônibus, de carro, ou de Remis, um tipo de táxi coletivo comum na região. Além de tudo, Tilcara tem ótimas opções de restaurantes, bares e ao menos duas atrações incríveis ali mesmo, não muito longe do centro da cidade.

Pra quem está de carro, outra opção interessante pode ser se hospedar na cidade de Maimará, que não é muito longe de Tilcara e, portanto, também tem acesso facilitado a toda a quebrada de Humahuaca. Maimará é uma cidade muito menos voltada ao turismo, mas é a casa da belíssima Paleta del Pintor, uma das muitas montanhas coloridas da região. Mesmo sendo menos agitada e conhecida que Tilcara, Maimará tem muitas opções de restaurantes e talvez ofereça uma experiência mais “local”.

Uma vez hospedado, agora é aproveitar as muitas opções de lugares lindos para conhecer! Abaixo listo alguns. Futuramente haverá textos sobre todos aqui no blog.

Salinas Grandes

Sem dúvida o deserto de sal mais conhecido é o Salar de Uyuni, na Bolívia, que também é o maior do mundo. Mas você pode ter um gostinho de visitar um grande deserto branco na Argentina mesmo: as Salinas Grandes. Prepare-se para a altitude, leve óculos escuros e divirta-se tirando fotos incríveis!

Para chegar às Salinas Grandes, na divisa entre as províncias de Salta e Jujuy, você pode ir de carro ou contratar algum passeio nas cidades de Purmamarca, Tilcara ou mesmo Salta. Purmamarca é a cidade mais próxima para isso. No meu caso, uma argentina que eu conheci numa trilha contratou um motorista de Remis (tipo um táxi coletivo) para nos levar lá, junto com um casal de argentinos que conheci no dia. Uma vez que você chega à entrada, você tem que pagar uma taxa para entrar, e a partir daí um guia vai liderando, de moto, o seu grupo até chegar à área em que você vai poder caminhar, tirar fotos e ouvir histórias. Valeu muito a pena, além da estrada até lá ser uma das mais lindas que eu já vi!

Purmamarca e o Cerro de Los Siete Colores

Há vários lugares na América do Sul com nomes parecidos, e só na argentina eu conheci 3. O mais famoso do país é o Cerro de Los Siete Colores, que é como uma parede colorida logo ao lado da Cidade de Purmamarca. Há dois mirantes em Purmamarca, sendo um dentro da cidade, muito bem organizado e de fácil acesso, e outro ao lado da estrada de acesso. Este último é belíssimo mas também é uma trilha mais difícil e que exige mais cuidado. Não vá escorregar lá de cima!

Ao redor de Purmamarca há muitas montanhas e o “Camino de Los Colorados”, uma bela caminhada de cerca de uma hora.

A cidade em si é bem agradável e tem lojinhas e feiras de rua cheias de artesanato e coisas típicas. Mas por ser a mais famosa da região, também é onde tudo é mais caro. Há muitas hospedagens também, apesar de eu não achar vantajoso.

Maimará e a Paleta del Pintor

Maimara ou Maimará é uma cidadezinha entre Purmamarca e Tilcara, extremamente tranquila, com pouco movimento, mas ainda assim com um razoável número de restaurantes e hospedagens. Eu gostei muito de ficar baseado em Tilcara, mas pra quem vai de carro e quer algo ainda mais tranquilo, acredito que Maimará é uma boa opção de cidade base para conhecer a região.

A grande atração é a Paleta del Pintor, uma bela montanha colorida ao lado da cidade. Há 3 mirantes dentro da cidade, todos com vista para lá, além de uma trilha na própria “Paleta”, onde se tem uma vista da cidade e de todos os arredores. E o melhor: não há hordas de turistas, é um lugar de contemplação apenas para você e seus amigos!

Tilcara, Pucará de Tilcara e Garganta del Diablo

Tilcara, a cidade que usei como base na Quebrada de Humahuaca, tem suas próprias atrações naturais que também fizeram meu queixo cair.

Já no primeiro dia, saí pra dar uma caminhada despretensiosa e acabei seguindo um caminho de tirar o fôlego e cheguei, sem querer, no Pucará de Tilcara, para onde eu iria no dia seguinte. Já que estava lá, resolvi visitar. A entrada é barata e também dá acesso ao Jardín Botánico de Altura, um lugar com mais cactos do que no instagram da Juliette.

Quanto ao Pucará em si, é uma área voltada ao turismo, com um monumento moderno feito em meio a ruínas de uma civilização anterior aos Incas. Então é parte sítio arqueológico, parte construção moderna, mas bonita por completo. Como fui lá logo no meu primeiro dia na região, fiquei com a sensação de era a vista mais bonita que eu já tinha visto (mas eu tenho essas sensação com frequência). Encontrei um grupo de argentinas de Tilcara mesmo, que estavam visitando tipo pela 100ª vez e ainda conseguiam se maravilhar. Os olhos delas pareciam brilhar tanto quanto os meus, que viam tal paisagem andina pela primeira vez!

Outro passeio imperdível é a Garganta del Diablo. Ela pode ser acessada de carro por estrada de terra, a cerca de 6km do centro de Tilcara, mas também tem uma trilha excelente para quem gosta de caminhar, que reduz um pouco a distância e aumenta a beleza do passeio. No meu caso, fui a pé pela estrada de terra e voltei pela trilha e devo dizer que foi uma excelente opção, o que além de tudo possibilitou novas amizades pelo caminho.

Vista da trilha para a Garganta del Diablo

Uquía e a Quebrada de Las Señoritas

Ainda nas minhas pesquisas no Brasil, o lugar que mais me animou previamente foi a Quebrada de Las Señoritas. Trata-se de uma trilha repletas de cores, de um branco perfeito a um vermelho que parece brasa quando a luz solar bate do jeito certo.

Eu havia lido que era acesso gratuito e você poderia andar o quanto quisesse por lá, sem depender de guia. E eu adoro fazer trilha, então seria um prato cheio. Essa informação não estava totalmente errada, você realmente pode andar sozinho e por quanto tempo quiser, mas não é gratuito. Tive que deixar meu nome na entrada, e pagar uma pequena taxa, que no fim foi bem barata.

Também há a possibilidade de contratar guias, para conhecer mais sobre a região, mas para isso você já tem que ter contratado antes. Há uma lista na portaria com o Whatsapp dos guias, porém eles não se encontram lá. Como eles geralmente moram na pequena cidade de Uquía, onde fica a Quebrada de Las Señoritas, é quase certo que você consegue chamar um lá mesmo, desde que aguarde um pouco.

A cidade de Uquía é bem bonitinha, apesar de minúscula, um pueblo na verdade. Há uma feirinha perto da entrada da cidade, tal qual existe em Purmamarca, com produtos e artesanatos locais, porém com preços melhores. A regra, inclusive, para comprar lembrancinhas na região, é: quanto mais ao norte, mais barato fica.

Humahuaca e El Hornocal

Humahuaca é a maior cidade da região, mesmo não sendo a mais famosa turisticamente. É também onde faz mais frio. É uma cidade com estilo bem peculiar, e na qual vale um passeio. Mas ela é mesmo conhecida por abrigar as Serranías del Hornocal, também conhecidas como Cerro de Los 14 Colores, um nome bem apropriado.

Nenhuma foto minha jamais vai fazer justiça à beleza do lugar, e até a estrada para chegar lá já é de tirar o fôlego. Inclusive literalmente, já que a altitude bate os 4350 metros sobre o nível do mar! Se possível, leve umas balinhas de coca, e evite caminhar sem fazer pausas. Você pode descer até um mirante, ou mais além se quiser, mas mesmo a descida é cansativa. Guarde energia para a subida da volta.

El Hornocal fica a 25 quilômetros da cidade em estrada de terra, e portanto você precisa ir de carro. Há vários guias que te levam em 4×4, mas você pode ir com seu próprio carro ou, como eu fiz, fechar um grupo e ir com um Remis alugado. No meu caso foi muito legal porque conheci ótimas pessoas, incluindo o motorista que estava quase mais empolgado com a visita do que a gente, mesmo sendo morador de Jujuy.

Nosso motorista/guia, eu, e os meus colegas de viagem argentinos, no caminho para o Hornocal

Opções que eu não explorei

Daria pra passar muito tempo no norte argentino e não ver tudo. Eu passei uma semana inteira em Tilcara, passeei todos os dias o dia inteiro, e não vi tudo. Alguns lugares são mais distantes e exigiriam uma segunda cidade para servir de base.

Iruya, Inca Cueva e La Quiaca (cidade mais ao norte, na fronteira com a Bolívia) são lugares que eu pretendo conhecer em uma próxima viagem. Mesmo não tendo ido ainda, sei que posso recomendar: o norte argentino não decepciona!

Como levar dinheiro para a argentina?

A Argentina é um país caro ou barato? A resposta: depende! Obviamente há regiões mais caras e outras mais baratas (o norte argentino entra nesta última categoria), mas existe um detalhe que faz toda a diferença: o câmbio.

Tipos de câmbio na Argentina

Existem vários tipos de câmbio na Argentina além do Oficial. Para turistas o mais importante é o Blue, câmbio paralelo. E você consegue obter quase o dobro de pesos se optar por ele.

Ok, e como fazer isso? Bom, a resposta padrão é ir passear em algum ponto turístico ou movimentado e ficar atento às pessoas que vão lhe abordar falando “dólares?”. Parece suspeito, né? Ainda mais que, se você aceitar negociar, eles vão te levar para o que chamam de “cuevas” (o que significa literalmente “cavernas”) para efetuar a troca. Mas todo mundo jura que é bem seguro. Eu fiz isso apenas uma vez e foi tranquilo, apesar de nossa alma brasileira gritar “é golpe!”.

Uma quantidade significativa de notas de peso vem a cada pequena troca de dinheiro

Mas existe outra forma de trocar reais por pesos por uma cotação bem próxima ao dobro da oficial: usar a Western Union. Ela tem taxas, mas mesmo com elas você consegue uma cotação bem parecida com a que encontraria nas ruas, sem passar pelo medinho de ir para uma “caverna” com alguém que parece suspeito. Você pode mandar dinheiro para você mesmo e sacar em qualquer loja da Western Union no país – e há lojas na maioria das cidades turísticas, funcionando em mercadinhos, farmácias e em redes do PagoFácil, que são tipo lotéricas argentinas – exceto que não existe loterias nela. É possível fazer isso estando lá mesmo: precisou de dinheiro, faz um pix usando o app do Western Union e, em cerca de uma hora, você já pode ir receber.

Atualização: Taxa de Câmbio especial para turistas

A partir de novembro/2022, a Argentina passou a aplicar uma nova taxa de câmbio vantajosa para turistas. A partir de então, toda vez que você usar um cartão emitido por um banco não argentino, a cotação usada não vai ser mais a oficial, e sim a do “dólar MEP”, que parece dar quantidade de pesos por dólar similar à do dólar paralelo. Como isso é posterior à minha última viagem pra Argentina, não sei dizer com certeza, mas ainda me parece vantajoso usar o Western Union pra sacar dinheiro vivo. Mas com certeza despesas pagas em cartão de crédito ficaram muito mais baratas por lá agora.

Detalhe importante sobre o Western Union em Salta

Se você procurar no Google Maps, vai ver muitas opções de Western Union na cidade de Salta. Porém, não são todas que têm dinheiro na hora que você quiser. Normalmente é mais fácil elas terem dinheiro no final do dia apenas. A solução para isso é dar preferência ao Western Union que existe dentro do Carrefour, na região central. Esse não tem qualquer limite de saque e sempre tem dinheiro pra você, desde bem cedo até o começo da noite. Há fila, mas ela é relativamente rápida.

Ainda vou escrever mais em detalhes sobre como utilizar o WU, mas pra mim é a melhor opção na Argentina como um todo. No norte, em específico, me fez sentir quase rico!

Dinheiro na chegada

Se você chegar em Salta vindo direto do Brasil, ou com uma breve conexão em Buenos Aires (como foi o meu caso), você ainda não vai estar com pesos, e vai precisar deles para pegar um táxi ou remis para o centro. No meu caso, a única alternativa foi fazer um saque da minha conta bancária. Primeiro perguntei mais ou menos quanto sairia a corrida, e só aí fui sacar, para retirar o mínimo possível e não perder dinheiro. Mas ainda foi bem mais vantajoso que comprar pesos argentinos no Brasil.

Opções não vantajosas de pagamento

Atualização Novembro/2022: abaixo cito que pagamentos por meio eletrônico não são vantajosos, mas com a nova taxa de câmbio usada para pagamento com cartões não emitidos na argentina, talvez isso já não seja mais verdade. De qualquer forma, pagamento com dinheiro vivo continua sendo bem mais comum e garantido por lá.

Hotéis, alguns restaurantes, atrações turísticas e outros, comumente têm seus preços baseados em dólar, para driblar a inflação. Então é normal aceitarem pagamentos direto em dólares, cartão de crédito ou mesmo reais – uma loja em Tilcara aceitava PIX!! Porém, essa comodidade não vale a pena. Eles usam o dólar oficial para fazer a cotação (e é assim que funciona também num saque bancário ou no cartão de crédito), enquanto que se você trocar dinheiro no câmbio paralelo e pagar em dinheiro vivo, vai ser quase como se você estivesse pagando a metade do preço em tudo!

Dá pra pagar até em Pix em Tilcara. Mas não vale a pena

O que mais preciso saber?

Roupa

Especialmente na região mais alta (Salinas Grandes, Tilcara, Humahuaca, e também o Trem das Nuvens) a temperatura pode variar bastante. Cheguei a pegar temperatura negativa à noite em Tilcara, mas a temperatura era bem agradável para caminhadas durante o dia. Então é preciso levar roupas confortáveis e tênis que seja minimamente adequado para andar em locais não pavimentados, mas sem esquecer de levar roupa mais pesada para se proteger do frio à noite.

Altitude

Por mais que eu nunca tenha sofrido muito com a altitude nas viagens, ela é um fator muito importante e que não pode ser desprezado. Quando passar de 3500 metros de altitude, é recomendado fazer várias pausas, ir devagar, nunca abusar. O ideal é que tenha um dia sem grandes atividades, apenas para se acostumar.

As balinhas de coca ajudam muito! Ou então o placebo funcionou bem comigo… De qualquer forma, os guias locais estão sempre com uma folha de coca na boca.

Folhas e balas de Coca para a altitude.

Lembrando que não é permitido viajar com folhas de Coca para o Brasil, e nem mesmo de avião com elas pela Argentina. Já as balinhas (“caramelos”) de coca são ok nos dois casos.